terça-feira, 9 de novembro de 2004

Ela falava por letras de outros

Ela falava por letras de outros. Pedaços de outras vidas, é certo, mas com as palavras exactas para absolver a sua. Invejava abertamente os autores das legendas do seu filme privado.
Nesse dia ocorreram-lhe as linhas perfeitas. Acendeu um cigarro e disse-lhe:

-Não vês que em mim tudo é maior? Hoje o desejo, amanhã nasce o ódio em mim...
E saiu, sem sequer olhar para trás.

1 comentário:

bulletproof disse...

A magia da escrita reside aí, quanto a mim. Eu? Tu? Ela? Importará isso?
Ah, e eu cito sempre as minhas fontes. Neste caso esqueci-me apenas de indicar a proveniência do itálico: Ornatos Violeta - A Dama do Sinal.