sábado, 1 de outubro de 2005

redundância.

O que há em mim é sobretudo cansaço
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.

A subtileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto alguém.
Essas coisas todas -
Essas e o que faz falta nelas eternamente -;
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço.
(...)

Álvaro de Campos

1 comentário:

Anónimo disse...

É tão lindo. possivelmente o poema mais lindo que li.
Pena não teres passado o final.