Ainda são 19h38. Até às 23h. Depois durmo. Durmo e acordo amanhã para a minha vida de todos os dias.
19h39. Amanhã já não pesa. Amanhã é só mais outro dia. Amanhã estás morto.
19h40. Acabo esta cerveja e vou.
19h41. Porque sim.
19h42. Acendo um cigarro, porque sim. Acendo um cigarro. Podem demorar a passar, estes minutos, mas são os minutos que te dou.
Dou.
Ainda dou.
Ainda te dou.
19h44.
Ainda tens minutos.
E eu, eu tenho tantos. Posso dar-te estes. Posso dar-tos, sobram-me. São teus. Para te esperar, para te matar.
19h45.
19h46.
Não me importam estes minutos. Por isso posso dar-tos, porque não me importam.
19h47.
Dei-te tantos. Sempre te dei tantos.
19h48.
Tu não sabes, não tens maneira de saber, mas dei-te minutos que nem sabia haver, tantos minutos e horas que hão-de vir, eu dei-tos.
Dei-tos.
19h50.
Já estou tonta. Bebi demais. Mas é bom saber que amanhã posso beber demais outra vez, e outra.
Repetidamente afogar-te.
19h51.
É bom.
Forço mais um gole. Porque sim, sempre só porque sim. Engulo-te.
19h53. Outro.
Se passa mais um minuto, é mais um minuto que te dei e que tu não quiseste.
Não quiseste querer.
19h56.
Mas cada minuto é teu, agora. Cada minuto é teu.
19h57. Não sei onde estás agora. Algures nesta mesma cidade. Na minha cidade, os meus minutos.
Teus.
19h58.
Talvez até já tenhas ido. Sempre um talvez, contigo, por isso talvez já tenhas ido.
Talvez já tenhas escolhido incinerar os teus minutos. Mas eu ainda não sei. Por isso espero.
Até às 23h.
Talvez agora saia desta tasca e encontre o meu amigo. E lhe diga que já nada é belo e que por isso ele já pode subir.
Subir no elevador do meu prédio.
Subir até à minha cama.
Subir até à cama que hoje fiz de lavado.
Para ti.
São 20h04.
Talvez.
domingo, 15 de outubro de 2006
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9 comentários:
a essa hora ja eu tava em coimbra porque tinha uma reuniam sobre o carro na qual tive de entregar dinheiro que faltava da minha parte quanto ao teu amigo podes levã-lo para onde quiseres se isso mais uma vez fizer com que tu tens a certeza de que gostas de mim quanto a cama que fizes-te de laado para mim sint a falta dela cada momento que passo na minha quando aos golos que daz na cerveja para me afogares so me trazes ao cimo desse teu poço quanto aos minutos desculpa mas depois de alguns comentarios bastante infelizes de sabado a noite eu mesmo preferi queima-los porque tu foste uma merda como pessoa e deixas-te mesmo muito mal a mim e a pessoas que nem te conhecem de lado nenhum nem teem nada a ver com a relação que tive-mos adeus
Esquece o meu número, esquece a minha morada, esquece o meu blog, esquece a minha cara, esquece as justificações, esquece os telefonemas ás 5 da manhã, esquece os camarões, esquece o Afonso e a Eva, esquece-me. Morreste-me. Tiveste o teu tempo, morreste-me.
obrigado por me mostrares o quanto ainda tou tão vivo alias para ti neste momento estou mais vivo e com mais importancia do que sempre!!!É pena me teres dado toda essa vida depois de me matares!!!!
"(...)esquece o meu blog,(...)esquece-me.(...)"
Esse primeiro comentário é uma antologia de erros ortográficos e morfossintáticos.
:) quem és tu, guru?
é isso e a tua mae!!!
(vamos tentar manter a calma...)
Eu tou sempre calmo mas esse gajo é o que meu prof de portugues?desculpa!!!
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