Em primeiro lugar, deixem-me congratular-vos pela excelência técnica com que invadiram a minha viatura. Assaltos assim até dá gosto! Nada partido, nada torcido, nem um risquinho, nada. Até tiveram a delicadeza de trancar novamente o carro depois de terminados os vossos propósitos - facto pelo qual não posso deixar de vos exprimir os meus mais sinceros agradecimentos, não fosse dar-se o caso de algum gatuno mal-intencionado passar pelo local uns minutos mais tarde e decidir perpetrar um ilícito que seria por força mal sucedido (visto o estado de limpeza impecável em que o veículo ficou), fazendo-o perder tempo precioso, que toda a gente sabe que é dinheiro, principalmente estando o meu pobre Citroen Saxo estacionado atrás de um belo e reluzente BMW.
Enfim. Reitero os meus agradecimentos. Ninguém quer contribuir para o aumento do nível de frustração de um jovem meliante, e certamente não agora, estando o Benfica a jogar desta maneira.
No entanto, caríssimos, o propósito desta missiva era outro. A minha alma rejubila de puro êxtase ao saber que apreciaram o meu auto-rádio. Eu também gostava muito dele. Era um fiel companheiro de folia. Lembro-me até de cantarmos juntos todos os dias durante os 40 minutos que eu demoro a chegar ao trabalho (podem procurar no Google este vocábulo), 40 minutos esses que percorri hoje fixando um enorme buraco negro no tablier. Mas também foi muito divertido.
Mas, queridos amigos, acho que temos agora confiança suficiente para eu ir directa ao assunto: porque é que levaram os meus CDs?
Reparem: não havia entre eles nada que se assemelhasse a hip-hop, kuduro nem kizomba. Não havia nem uma compilaçãozita da Rádio Cidade ou da Orbital. Nem sequer um Mickael Carreira! Porquê, meu Deus, PORQUÊ?!...
Uma coisa é levar um auto-rádio da Blaupunkt com entrada USB e slot para cartão SD, com a caixinha e tudo, que eu estupidamente esqueci no porta-luvas. Isso tem todo um nível e ninguém pode dizer que desmerece a vossa classe. Agora uma data de CDs (a maioria gravados!) que vos vão render uns 10 cêntimos a peça para os vossos amigos pendurarem no retrovisor?! Onde está o brio, senhores?!
Atentem que isto não é de modo algum uma recriminação, antes um simpático e humilde pedido de restituição dos meus amados discos. Não pensem que eu menosprezo as vossas dificuldades! Afinal, os ténis da Foot Locker, as excursões à Nike do Campera, o consumo mínimo do Docks, as chuteiras, as soqueiras, as gazuas e as quotas dos No Name Boys andam pela hora da morte, toda a gente sabe isso. Pelo menos toda a gente com uma consciência social, como eu. Não meus caros, eu não ignoro as vossas dificuldades. E é desde este terreno de entendimento comum que vos rogo: numa das vossas próximas rondas aqui na rua, deixem-me os CDs em cima do capot. Ou vá, debaixo de uma roda. Ou até em cima daquele monte de cocó na esquina. Sim? Bons assaltos e um grande bem-haja!
Atenciosamente, a dona do Citroen Saxo azul (aquele com um coelhinho fofinho enforcado no retrovisor)
Enfim. Reitero os meus agradecimentos. Ninguém quer contribuir para o aumento do nível de frustração de um jovem meliante, e certamente não agora, estando o Benfica a jogar desta maneira.
No entanto, caríssimos, o propósito desta missiva era outro. A minha alma rejubila de puro êxtase ao saber que apreciaram o meu auto-rádio. Eu também gostava muito dele. Era um fiel companheiro de folia. Lembro-me até de cantarmos juntos todos os dias durante os 40 minutos que eu demoro a chegar ao trabalho (podem procurar no Google este vocábulo), 40 minutos esses que percorri hoje fixando um enorme buraco negro no tablier. Mas também foi muito divertido.
Mas, queridos amigos, acho que temos agora confiança suficiente para eu ir directa ao assunto: porque é que levaram os meus CDs?
Reparem: não havia entre eles nada que se assemelhasse a hip-hop, kuduro nem kizomba. Não havia nem uma compilaçãozita da Rádio Cidade ou da Orbital. Nem sequer um Mickael Carreira! Porquê, meu Deus, PORQUÊ?!...
Uma coisa é levar um auto-rádio da Blaupunkt com entrada USB e slot para cartão SD, com a caixinha e tudo, que eu estupidamente esqueci no porta-luvas. Isso tem todo um nível e ninguém pode dizer que desmerece a vossa classe. Agora uma data de CDs (a maioria gravados!) que vos vão render uns 10 cêntimos a peça para os vossos amigos pendurarem no retrovisor?! Onde está o brio, senhores?!
Atentem que isto não é de modo algum uma recriminação, antes um simpático e humilde pedido de restituição dos meus amados discos. Não pensem que eu menosprezo as vossas dificuldades! Afinal, os ténis da Foot Locker, as excursões à Nike do Campera, o consumo mínimo do Docks, as chuteiras, as soqueiras, as gazuas e as quotas dos No Name Boys andam pela hora da morte, toda a gente sabe isso. Pelo menos toda a gente com uma consciência social, como eu. Não meus caros, eu não ignoro as vossas dificuldades. E é desde este terreno de entendimento comum que vos rogo: numa das vossas próximas rondas aqui na rua, deixem-me os CDs em cima do capot. Ou vá, debaixo de uma roda. Ou até em cima daquele monte de cocó na esquina. Sim? Bons assaltos e um grande bem-haja!
Atenciosamente, a dona do Citroen Saxo azul (aquele com um coelhinho fofinho enforcado no retrovisor)
33 comentários:
Assim dá gosto vir à blogosfera. Mas eu nunca duvidei do teu"talento", embora tu duvidasses do meu. Mas isso são outros cinquenta cêntimos.
E não foi esquecimento o teu teres deixado a caixinha no porta-luvas, era já a tua preocupação social( e se um dia separarem o meu toca músicas de mim? pelo menos não quero que ele seja separado do seu casaquinho, pobrezinho).
Quem sabe se agora um meliante deixou de o ser e na sua condição se ex meliante, presta o seu culto aos veneráveis músicos que através de ti, lhe iluminaram a escuridão de um beco.
(Aqui entre nós, sabes, não abriram a porta do carrinho reluzente pois sabiam que através dela não encontrariam o caminho da luz. É que os condutores de BMWs, geralmente para desanuviarem de uma vidinha preenchida, geralmente ouvem Quim Barreiros para descomprimirem da vidinha preenchida.
Por falar em vidinha preenchida que a tua o seja sempre.
Errata:
Deste afamado conhecedor dos meandros da criminalidade metropolitana posso desde já assegurar esta conscienciosa lesada que nestas situações a minha estatística - pessoal, entenda-se! - de probabilidade relativamente a reencontrar os bens em causa é 1 em cada quatro assaltos; a eventualidade de encontrar os bens em causa em estado igual àquele em que os viu na última vez é de 1 para dez furtos.
Você, ilustríssimo lesado, contribua! Divulgue a sua experiência às entidades competentes de forma a contribuir para o esclarecimento percentual de lesados neste (nesse) belo país á beira mar plantado.
Personal Advice:
Fuck it! Life goes on...
"embora tu duvidasses do meu"?... oh diabo! vamos lá a saber, afinal quem é este anónimo a quem eu destruí os sonhos?!
Só foi pena não teres levado também um tiro nessa cabeça. Ficava o assunto resolvido
tens uma certa razão.
ai, espera lá... estes anónimos dão-me cá uma tesão que até me esqueci de perguntar: foi a ti que destruí os sonhos? e se sim, uma bala na minha cabeça resolvia o meu assunto ou o teu?
come on, humour me.
Ai Dri, mas eu não disse que me destruiras sonho algum , apenas falei da tua "desconfiança" em relação ao que faço. isso não me destói embora na altura me entristecesse. Quanto ao palerma que apareceu a comentar depois de mim é isso mesmo um palerma, eu jamais viria aqui insultar-te.
O que importa é que o que já lá vai lá vai e a minha "falta de talento" não te terá prejudicado e isso é o que me importa...e continuo a dizer, escreves bem, representas bem e isso ninguém te pode tirar.
Até sempre e acredita que saber que estás bem me deixa bem.
oh Anónimo Um... mas tens vergonha de dizer o teu nome porquê? eu não conto a ninguém!
Brasileiro de merda para tua orientação palerma foi quem te fez as orelhas.
Vai mas é para a favela passar maconha e dar tirinho na xota da tua mãe.
Pronto pronto, já vi que fiz asneira e aquilo que pareciam "farpas" eram carinhos de quem se conhece. Desculpem a intromissão. Mas acho que a Adriana Não merece que se venha sujar aqui um espaço bem aprazível, embora pareça não ter tido eu um bom acolhimento. No problem.
Saúde e trabalhinho é o que te desejo pois ainda assim algumas pessoas te puseram certas ferramentas nas mãos. Usa-as e cuidado com o tom jocoso que às vezes utilizas pois sôa a ingratidão. Deixa lá, realmente não importa como me chamo.
Beeeeeeem, o regabofe que para aqui vai! Já não pode uma pessoa ausentar-se uns diazinhos que viram logo a casa de pantanas...
Palerma:
Salut! Se vens aumentar o nível de surrealidade do que aqui se passa és muito bem-vindo... Além de que há sempre espaço para mais um.
Anónimo Um:
Tenho como política editorial exprimir os meus agradecimentos a todo e qualquer anónimo que me elogie três vezes em três comentários (art.9º dos estatutos), e portanto aqui fica o meu obrigadinha.
Até não me desgostam os anónimos (na verdade excitam-me terrivelmente e são a minha única de razão de viver, como penso já ter referido algures), mas gosto mais deles quando não usam diminutivos em todas as frases. Bom, a anónimo dado não se olha o estilo. Mas podemos olhar o conteúdo:
"... pois ainda assim algumas pessoas te puseram certas ferramentas nas mãos. Usa-as e cuidado com o tom jocoso que às vezes utilizas pois sôa a ingratidão."
Ho ho ho.
1º: Niusha, pára de mandar estes anónimos traumatizados ao meu blog, sim?
2º: Hummm. Fazendo uso de toda a minha superior inteligência, perspicácia e sagacidade, interrogo: terás sido uma dessas pessoas que me "pôs certas ferramentas nas mãos"?
2:-a) Mas como? Num sentido sexualmente explícito?
2:-a) 1. Em caso afirmativo, ligue 93xxxxxxx e prima 8.
2:-b) No caso de a referência ser a outro tipo de ferramentas, como, vá, do género artístico e técnico: 2:-b) 1. Se estás porventura a tentar assumir-te como uma das pessoas que contribuiu para o meu crescimento nesse sentido, sabe que acho difícil que alguma delas escrevesse "soa" com acento circunflexo.
3º: Se eu duvidei do teu talento (e devo ter duvidado mesmo, que já mo disseste duas vezes), já pensaste que eu pudesse estar certa? E que no fundo quem deve temer a polícia da ingratidão és tu, por não teres aproveitado o meu sábio conselho? Já pensaste na magnífica carreira no futebol agrícola ou na nail art que te pode estar a passar ao lado neste preciso momento em que vens ao meu blog arrotar postas de pescada sem coragem sequer para assinar? E que talvez esses teus problemas de auto-estima venham precisamente daí? Reflecte, anónimo, reflecte.
4º: "carinhos de quem se conhece"... As pessoas de quem eu admito carinhos ou pontapés têm coluna vertebral. Algumas até podem não saber escrever "soa", mas todas elas sabem escrever o seu nome. Sai, coisa com lepra.
5º: Obrigadinha pelos elogios e por animares a minha noite de domingo :) Volta sempre!
Essa do instrumento é bem metida sim. Ou antes, seria. Já vi que Ele caiu no esquecimento. Tanto melhor para ti, show must go on.
Ainda ando a aprender, tu não my queen.
Contribuí sim, como conselheiro matrimonial;), mas que importa agora, rei morto rei posto.
Nem te esforces mais pois isto já é prosa a mais para assunto tão insignificante. Até quarta rapariga.
uma palavra:
MEDO
Caríssimos anónimos (dá-me um prazer voltar a pronunciar este nome, que pensava estar já esquecido).
Antes de mais nada, gostaria de salientar o facto de se terem enganado na morada: O meeting point das pessoas-sem-nome-e-sem-endereço-aka-anónimos é na minha casa (ou seja, blog), sempre foi. Como sou extremamente ciumenta não aguento ser trocada por outro espaço literário. Mas pronto, como é de família, desta vez deixo passar.
Ultrapassada a parte emocional, avancemos para outra questão que não é menos importante que a anterior. DRI? Fique desde já esclarecido que não é qualquer pessoa que tem carta branca para tratar a autora por este nome. Portanto, proponho que para assuntor de carácter deveras filosófico utilizem um nome mais intelectual (proponho Adriana Okurkina, mas podem sempre arranjar outro).
Ora concluidos estes dois temas, julgo que não tenho mais nada a dizer. Os anónimos divertem-me, assim como à autora. Por isso não se intimidem.
Continuem assim.
Ou então, formem um liga (http://anonimo.blogspot.com) e falem à vontade. Prometemos ser leioras e comentadoras assíduas.
Fiquem bem.
Beijo grande.
A todos.
"Os carinhos de quem se conhece", não eram os meus. Referia-me "às farpas" do outro anónimo e lá vim eu salvar a dama e levo contigo em cima(se não fosse gay até nem me importaria).
Mas não deixa de ser engraçado o uso da "pseudo-petulância" para esconder os verdadeiros medos ou como a menina não gosta, os "medinhos".
Que ressabiamento que para aí vai, XIÇA! Que falta de hábito de se ser "bem tratada". O lema é atirar em todas as direcções.
Vou-me daqui pois ainda acabo por ser acusado de te ter levado o auto rádio. És feliz assim não és, ainda por cima com um auto-rádio novo! Isso é que importa.
Anónimo "educadinho".
ai, que coisa mais chatinha.
assim que me lembre não costumo trocar confidências com gays, porque toda a gente sabe que são piores que as gajas. e de qualquer modo nunca duvidaria do talento daqueles que conheço, que são manas espectaculares e talentosíssimas.
word of advice: da próxima vez tenta fazer-te passar por alguém realmente interessante. olha só o nível que não era vir aqui encarnar, sei lá... o Tino de Rans! ou a Ana Malhoa! (ou para pessoas com menos imaginação, o que parece ser o caso, mesmo o Elvis!)
ah, espera, falta a respostazinha da praxe: ai ai ai, que medinhos eu tenho, que coitadinha passivo-agressiva que sou que a minha única arma contra o mundo maldoso é o discurso pseudo-petulante que guardo para a internet! ai mas que bom, passados tantos anos alguém finalmente me percebeu. queres ser meu amigo?
ai, que coisa mais chatinha e sem-graça. volta quando arranjares um alter-ego mais giro. (ou uma personalidade. anónimos com personalidade também é original)
O encanto anónimo nunca cessa de me espantar.
Eh lá... muita roupa suja se lava por aqui!
Também posso brincar?
siiiim
- Godo...
- Godo não, fote
- Fote tu godo da meda!
olha... qual é a raça do (cãozinho) einstein?
epa... quando disse sim foi porque pensei que ia sair uma coisinha de jeito...
Prometo que depois de ler atentamente os comentários, farei um ao nivel dos mesmos, até lá fico-me pela piada (muito engraçada, por sinal) do godo.
Ahhh... posso é contar a piada dos tomates, posso?
Também posso armar-me em pseudo-intelectual de esquerda e deixar um comentário com um nivel atroz de estímulo cerebral, é como o freguês quiser!
p.s (que não interessa a ninguém) - já descobri o raio da raça do cão, é um não sei quantas russel terrier.
(pensava que já tinhas percebido que isto É um blog pseudo-intelectual. só admitimos piadas com referências subtis ao MEC ou ao VPV - e mesmo isto só nas casual fridays.)
Deixa lá o Sr. MEC sossegado. O homem tá gordo e tão queimado que já nem ás apresentações do livro da má língua o gajo vai.
Aliás... "O amor excita-me" é dele, não é do Manel Cruz.
Erro crasso: "O amor da-me tesão", queria eu dizer...
Tendo em conta a pseudo-intelectualidade do blog e tendo em conta que hoje é uma casual friday, permite-me que corriga os meus dois erros ortográficos...
às (e não ás, senão era de paus)
e
dá-me (e não da-me).
E piadas sobre citações do VPV tais como: "uma espécie de super Miguel, um pouco ridículo, com o seu arzinho aristocrático e a sua obrigatória consciência de esquerda" ou "nunca me ocorreu que MST se tomasse por escritor"?
Pessoalmente, prefiro fazer piadas sobre os intelectuais que não se dão ao trabalho de ler os livros e opinam, valentemente, segundo as crónicas lidas, só numa de... ah e tal, sou muita culto!
Mas Dri... (será que pertenço ao grupo restrito autorizado a tratar-te como tal?) sabes bem q eu sou um individo extremamente idiota e simpático e, como é obvio, as críticas não são para ti, eu sei que tu lês, a boquinha é ai para os pseudos.
Ainda tenho crédito na lavandaria ou vou lavar roupa para outro lado?
"... toda e qualquer pessoa que se preste ao inumano esforço de ler o Exmo. Sr. VPV tendo como único intuito recolher citações para abrilhantar os seus comentários no Pelo Contrário! está oficialmente autorizada a continuar o programa de lavagem." (art. 43º dos estatutos)
Sabes que com estas modernices que há por ai hoje em dia quase se consegue fazer uma pesquisa indolor. Teve que ser, se não fizesse menção a nenhum dos dois, (depois de tão básico teste cultural), provavelmente algum pseudo ficaria a pensar: "xiiii... ele não sabe quem é o MEC ou o VPV, não merece o ar que respira..."
Ia parecer mal, não achas?
"Já que não lhes podes bater, comenta como eles."
E assim o fiz...
Srº Palerma (visto ser esse o nome com o qual assina)... um pouco de nivel nos comentários xenofobos seria demonstrativa de alguma classe, pelos vistos inexistente.
demonstrativo*
Exmo. Sr. Paranóia,
Se Vexa se dignasse a ir lamber a vestuta vagina da senhora sua mãe prestaria um melhor serviço a toda a humanidade.
Bem haja.
Não posso, tou ocupado a sodomizar a tua avó à bruta!
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