Quero amor como nos filmes
soa a frase batida
"quero amor como nos filmes"
soa a uma frase de alguém
agora também não tenho maneira de descobrir porque estou noutra casa, noutra cama, noutra cidade para tentar esquecer que nunca vou ter amor como nos filmes
por mais que corra
por mais que espere
por mais que deseje
por mais que morra
por mais que invente
por mais que queira
por mais barulho que faça
por mais força com que sorria
por mais que peça
isto não é hollywood, bebé, não...
são as quatro da manhã em Viseu.
Talvez um dia escreva um texto tão brilhante que te tire o fôlego. mas eu não quero tirar-te o fôlego. precisas dele para beijá-la, e até para chorar sobre o cabelo dela. o fôlego não. o fígado, talvez. mas isso não é nada poético nem romântico. nos filmes ninguém arranca fígados assim, a não ser que sejam do Peter Jackson. os filmes, não os fígados. como naquele ciclo que eu vi no fantasporto, que podia muito bem ter visto contigo se na altura já soubéssemos que juntos é que ia ser, o amor como nos filmes.
quero amor como naqueles filmes em que de repente ele lhe aparece à porta já depois de ela ter perdido a esperança, o emprego e o gato. quero amor como naqueles filmes em que eles partem rumo ao sul ao som do rock and roll com a ficha técnica já a rolar por cima, e depois há aquele still do beijo apaixonado mesmo antes de se acenderem as luzes da sala.
não quero escrever mais. estava a pensar numa frase estilosa qualquer para rematar o texto mas já se passaram 5 minutos e a frase nada. para finalizar em beleza há que dar aquele toquezinho de fé, de "agora é que é". mas não é nada.