sexta-feira, 11 de setembro de 2009

devaneio existencial infantil #8

não sei bem o que se passou desde junho do ano passado. não sei bem o que se passou desde março deste ano. não sei bem o que se passou entre abril e junho e agora. não sei bem o que se passou desde a morte do fred. não sei bem o que se passou desde que saí da escola de cascais. não sei bem o que se passou lá nem entretanto. não sei bem o que se passou. "eu era", "eu fiz porque", "eu senti", "eu queria", "eu achava", "eu acho", "eu sou", "eu quero". nada parece fazer muito sentido. adormeci? durante quanto tempo? já acordei? se dormes todo o tempo isso é afinal vigília? porque é que uso a palavra "vigília"? faz sentido para mim? a palavra sentido outra vez, é infantil? porque é que magoo? porque é que "a vida não é mais do que uma repetição terrível", não o sendo, mas porque é que eu o disse? recorrências? ou estou tão habituada a mim própria que me repito parecendo sempre novo? não parece bem sempre novo, ou parece? "eu cresci", "eu aprendi". foi? então porque me sinto neste limbo de mudança/estagnação há tanto tempo? agora que olho, há tanto tempo. mas será? não era até eu olhar agora. "eu cresci", "eu aprendi". mesmo? e há coisas que sei serem iguais, como a auto-crítica. escrever este texto sem preocupação formal excessiva está a roer-me do lado esquerdo. it's fifteen all over again. quero o mapa. achava que isto era giro mas já chega. afinal, quanto do que eu quero é meu? quanto do que eu vejo não é a imagem de um morto infeliz que acena ao fundo? eu amava o morto infeliz. queria ser morta infeliz com ele, agora que está morto. "mas eu amo, ó morto, a minha inquietação, e não a tua paz." é isso? é isso. não quero que a minha vida se resuma a uma música kitsch do variações. mas como mudar? como e porquê mudar o que te define? e para quê? quero que morram os budistas. quero que se fodam os deprimidos. "eu cresci", "eu mudei". quero saber se devia ficar em casa confortável e meditativa e alienada "porque isso sou eu" ou se devia ir sair e estar com amigos e pessoas que me fazem rir e embebedar-me e alienar-me "porque isso é saudável". foda-se. sei lá eu o que é saudável já. mas ja "cresci" e "aprendi" que o saudável não é o inimigo. quero desesperadamente o saudável. que também pode ser respeitar a minha natureza. mas que natureza, somos todos merda química e humanos e fim.

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